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Foto/ Divulgação |
Medicação com valor de quase R$ 150 está em falta há mais de dois meses. Cansados de esperar, familiares dos pacientes recorrem à Câmara de vereadores e ao MP.
A falta de medicamentos na rede pública de Óbidos preocupa os familiares e pacientes que são dependentes da farmácia e dos postos de saúde do município. Entre os remédios em falta estão os antibióticos de pressão, depressão, epilepsia que chegam a custar quase R$ 150,00 e estão há mais de dois meses em falta.
Um dos muitos prejudicados é o Pedro Ricardo Cardoso (05 anos), filho da dona de casa Aldenira Cardoso, moradora do bairro Bela Vista no conjunto de casas populares. Ele sofre de epilepsia e é autista. Os remédios para o tratamento da doença que ataca Pedro Ricardo, deveriam ser distribuídos pela farmácia básica e nos postos, mas ela diz que os medicamentos estão em falta há vários meses.
“Nós estamos nos preocupando porque está muito demorado. Cada dia fica mais difícil porque a criança não pode passar um dia sem a medicação. E como falta há vários meses, como fica a situação pra gente? Nós não podemos comprar, alguns medicamentos chegam a ser muito caros”, desabafa. Dona Aldenira relata ainda, que além da falta do medicamento, Pedro Ricardo ainda sofre com a demora das consultas com os especialistas no Centro de Referência, onde ele tem acompanhamento.
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Foto/ Divulgação |
Outro paciente que sofre com a falta de medicamento na rede pública é a dona Claudinéia da Silva Cavalcante de 38 anos, moradora do bairro Bela Vista, que sofre de pressão, depressão e síndrome do pânico. Dona Claudinéia depende de remédios fornecidos de graça e está enfrentando sufoco e meses de espera.
Cansados de esperar, Dona Claudinéia e outros pacientes recorreram à Câmara de vereadores na manhã da terça-feira (29) e foram recebidos pelo presidente, José Carlos (Preto) e outros vereadores acompanharam a dona Claudinéia até o Ministério Público Estadual, para formularem uma denúncia e pedir ao órgão uma solução no atendimento aos pacientes que dependem dos remédios gratuitos fornecidos pela secretaria de saúde de Óbidos.
“A falta desses medicamentos me causa várias crises. Se eu não tomar os medicamentos, posso ter várias complicações e surtos, e com isso posso chegar a morte, se eu tivesse condições eu não estaria andando atrás da secretaria, da câmera dos vereados e até mesmo indo no ministério púbico, para intervir para recebermos o nosso remédio. Quer dizer que posso morrer por uma irresponsabilidade do secretário de saúde, pôs ele sabe que dependemos do medicamento, pois somos acompanhados pelo Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), e cadê o dinheiro que vem? Pois temos direito de sermos assistidos pela secretaria de saúde através dos programas”, desabafou muito emocionada dona Claudinéia, em entrevista ao site Amazoon Notícia.
O presidente da câmera dos vereadores de Óbidos José Carlos (Preto) lamentou a falta de medicamentos no município e falta de obrigação da secretaria de saúde em cuidar da saúde do povo obidense, e que o município tenha feito mais de meio milhão em compra de medicamento e não se encontra remédios nos postos . “Recebemos na terça-feira (29), duas senhoras que são exemplos de várias pessoas que dependem dos medicamentos da secretaria de saúde, e que tomam o medicamento controlados e que são acompanhados pelo CAPS, medicamentos esses que são contínuo, que não podem ficar sem esse medicamento. No momento que recebemos a denúncia, encaminhamos as duas senhoras para o ministério público. E quero alertar as pessoas que tomam medicamentos controlados que nos procure, que iremos encaminhar ao ministério público e obrigar o município a liberar os medicamentos. Pois não pode, pessoas surtando em nosso município por falta de medicamento e por falta de assistência médica, não dar mais pra aceitar, o caos se instalou em nosso município, principalmente na área da saúde”, disse José Carlos.
José Carlos, informou ainda, que desde o ano de 2017, vem fazendo graves denúncias contra a má gestão da saúde, e que a câmara solicitou por várias vezes a ex- secretária e o atual secretário de saúde, mas os mesmos não compareceram para prestarem os devidos esclarecimentos sobre as constantes reclamações. Foi proposta uma abertura de CPI para apurar para onde estava indo o dinheiro destinado aos medicamentos, mais não se instalou por falta de voto favorável. Denúncias foram encaminhadas ao Ministério Público Estadual, Ministério Público Federal, para que esses órgãos também possam fiscalizar e darem uma resposta a população. As denúncias já começam a ser investigadas, pois nos próximos dias a ex-secretária e ao atual secretário de saúde, já foram convocados pela polícia federal a prestarem esclarecimentos do que vem ocorrendo na pasta da saúde em Óbidos. Concluiu José Carlos.
O presidente da Comissão em Saúde da câmera dos vereadores, Waldo Amorim, informou que recebeu com demais colegas da casa, vereador Carlinho Guimarães e Lindomar Marinho, a Senhora Claudiane com as demais pacientes e acatou as denúncias sobre a falta dos medicamentos, e seguiram para secretaria de saúde pra buscar esclarecimento, e foram informados por uma atendente que o medicamento estava em falta e não tinha como realizar a compra no momento do medicamento. “Com tanto descaso na nossa saúde, imediatamente fomos até o ministério público, onde demos entrada em uma denúncia. Isso é brincar com a saúde do povo, e não pode ser assim, já solicitamos três vezes através de requerimentos a presença do secretário de saúde a esta casa, para que ele desse os esclarecimentos, e até a presente data não deu nem satisfação se fez ou não”, disse o presidente da Comissão em Saúde da câmara de vereadores de Óbidos.
“Não dá pra aceitar essa situação, iremos tomar as medidas mais drásticas a essas atitudes do secretário. Solicitei as informações de quanto foi gasto em compra de medicamentos nos últimos meses, mas em nenhum momento foram respondidas as nossas solicitações de informações, e nas vezes que fomos pessoalmente solicitar essas informações, nunca o secretário está, e o subsecretário nunca se encontra, e ninguém sabe quem manda mesmo lá, a verdade é essa”, finalizou, Waldo Amorim.
O site Amazoon, procurou a responsável e coordenadora do CAPS, enfermeira Renata Albuquerque, para falar sobre as constantes falta de medicamentos controlados, e a mesma disse que não tem autorização para fazer os esclarecimento.
O espaço deste canal de comunicação está aberto para os setores responsáveis que queiram fazer algum tipo de esclarecimento sobre o conteúdo da matéria.
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