“A nossa merenda é requentada, não temos merenda boa”, diz aluna que estuda em escola do Curumu, em Óbidos.

 

Aluna relatou que se trata de feijão, que foi feito a base de água e sal. Segundo a estudante, o alimento é servido tanto pra noite, quanto para os alunos do dia.

Pais de alunos denunciam que seus filhos lavam louça no educandário.

Alunos da escola Municipal de ensino infantil e Fundamenta Fernando Guilhon, na comunidade Vila União do Curumú, localizada na zona rural de Óbidos, no oeste do Pará, denunciam que determinadas refeições no educandário estão sendo servidas de maneira inadequada.

Segundo os estudantes do Sistema de Ensino Interativo - SEI, deixaram de comer feijão na merenda, por conta de o alimento estar requentado. “Essa merenda do SEI, é requentada. Feijão requentado, não temos uma merenda boa, era só um aguaceiro, nós não comemos. A gente quer saber se a nossa merenda do SEI não é separada do município? Segundo nós estamos sabendo é separada.”, relata a aluna.

Escola Fernando Guilhon, Vila União do Curumú, Óbidos/PA - Foto Eury Silva.

Questionado se algum aluno passou mal, devido ingerir a comida, uma aluna que preferiu não se identificar diz que estudantes já tiveram problemas de saúde. “Sim, passou mal sim. Deu muita dor de barriga nele, deu vontade de vomitar, não tem um tempero nada nada não tem nada na comida”.

Ainda de acordo com os alunos, há outros tipos de refeições sendo servidas com frequência e péssima qualidade para consumo. “Aqui várias vezes já aconteceu, desde que começou as aulas, o único dia que nós tivemos merenda boa, foi um dia de frango e era pouco inclusive. Quando é uma comida boa só é um pouquinho, quando aqui não é boa, principalmente quando é o leite, só é uma água. Nós também não merendamos quando é leite. Muitos alunos inclusive não merendam, quando é leite, porque a maioria é totalmente de leite é água, é uma bolacha dura, dura. O que eles falaram é o seguinte; que nós não somos melhores do que os alunos do Município e não tem separação de merenda é tudo junto”, disse.

Uma responsável por aluna que estuda na escola da comunidade, relatou que sua filha e outros alunos estariam lavando louça, sendo que há uma profissional específica que trabalha na cozinha da unidade ensino. “Eu tenho uma filha, ela conta que estava lavando louça. A servente a mandava lavar louça, a diretora tá afastada aqui na nossa comunidade, todo mundo sabe que a diretora tá afastada e as crianças lavavam louça não é de hoje, várias mães sabem disso que as crianças estavam lavando louça. Eu mando meus filhos para lá para estudar. como a minha filha contava:  Ah vocês não lavam louça na casa da mãe de vocês, pois é, vocês vão lavar aqui. Eu fiquei assim indignada com essa a situação, porque eu coloco a minha filha para estudar, se eles não querem ir trabalhar, que coloquem outra pessoa”, conta.

Outra problemática que os alunos vêm enfrentando na comunidade é em relação ao transporte escolar. De acordo com os responsáveis dos alunos, não há condução desde o início do ano letivo. aí eu não “Não, não está tendo. Nossos filhos tiveram férias em abril né, por causa das transporte que ia ter o transporte. Quando foi em julho que ia ter transporte, até agora o transporte nada, nenhuma solução. Estamos sabendo que eles estão mandando atividade daqui para outras comunidades, que não tem transporte. Não estou achando certo, a gente tá sendo humilhado, muito triste essa situação” finaliza.

Procurada, a Prefeitura de Óbidos, por meio da Secretaria de Educação esclareceu que o fato relatado por um aluno da Escola Municipal Fernando Guilhon ao site, é considerado isolado e não reflete a filosofia de trabalho demandada para as unidades de ensino.

Segundo a nota enviada pela Assessoria de Comunicação ao Amazoon Notícia, todas as providências legais ao fato foram adotadas pela prefeitura, incluindo o afastamento imediato da gestora da escola.

Sem informar uma data precisa, o governo local disse que o transporte escolar será retomado. “Alguns pontos estão sendo adequados, e a previsão é até a próxima semana para a efetivação do serviço”, informa.

Em relação ao contexto denunciado por alunos e pais, a Prefeitura manifestou repudio quanto as crianças terem que lavar louças na unidade de ensino. “A Administração Municipal repudia todo e qualquer ato nas unidades de ensino, que não estejam de acordo com as diretrizes pedagógicas e trabalha em conjunto com outras entidades que atuam na defesa dos direitos das crianças e adolescentes, para melhorar cada vez mais o sistema de ensino-aprendizagem dos alunos, investindo em capacitação dos profissionais e novos equipamentos”, finaliza a nota.

Por
Redação Amazoon Notícia