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ANIVERSÁRIO DAS CIDADES
Mochilas e copos doados pela Prefeitura de Óbidos a estudantes estão se 'desfazendo'

Mochilas e copos doados pela Prefeitura de Óbidos a estudantes estão se 'desfazendo'

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Itens do kits entregues pela PMO estão se desfazendo (foto: reprodução/ redes sociais)

Repasse de materiais escolares, que não duraram nem um mês, foi descrito nas redes sociais do governo municipal como 'histórico para educação obidense'.

Anunciada como um dos grandes feitos da gestão do prefeito Jaime Silva (MDB), à frente da Prefeitura de Óbidos, no oeste do Pará, a entrega gratuita de material escolar para alunos da rede municipal se transformou em uma grande "dor de cabeça" para o governo depois que pais de alunos começaram a postar nas redes sociais imagens de mochilas rasgadas.

O problema é que além das mochilas rasgadas, os copos de plástico também começaram a quebrar e novas fotos tomaram conta das redes sociais, em publicações que questionam a qualidade dos objetos.

A distribuição dos primeiros kits foi realizada no dia 17 de março para os alunos do 1º ao 6ª ano do Ensino Fundamental, com ampla exposição da imagem da primeira-dama do município, Alice Silva, presente na maioria das escolas que receberam os materiais.

O chamado "kit escolar" contendo caderno, mochila, caneta esferográfica, lápis grafite, lápis de cor, caça-palavras e borracha, foi acompanhado da entrega de fardamento e jogos de copo, prato e talheres de plástico.

Nas publicações oficiais da prefeitura, o repasse dos materiais foi descrito como “dia histórico para a educação obidense”.

Diante das imagens dos materiais se desfazendo em menos de três semanas, os vereadores que compõe a base de oposição ao governo reagiram imediatamente e o assunto tomou conta da maioria dos discursos proferidos na sessão ordinária desta terça-feira (29) na Câmara Municipal de Vereadores (CMO).

O presidente da Casa, Jalico Aquino (PL), além de desclassificar a qualidade do material, cobrou dos vereadores da base do prefeito a divulgação dos valores investidos na confecção dos objetos, que não foram divulgados no Portal da Transparência.

“Aquela mãe, aquele pai que só tem o Bolsa Família, tá esperando por um material desse que é de suma importância para o alunado, vai lá e recebe uma porcaria. Uma imundice que não durou nem um mês. Agora eu quero saber onde estão os valores que nós já procuramos e não achamos em lugar nenhum”, denunciou Jalico durante discurso na tribuna da Câmara.
Vários responsáveis de alunos postaram mochilas nas redes sociais fotos de mochilas rasgadas (foto: reprodução/ redes sociais) 
Outro crítico ferrenho da qualidade do material dos kits, vereador Erneisson Aquino (PSC), disse que o dinheiro público foi jogado fora e a péssima qualidade das mochilas e dos copos deixa evidente a má aplicação do recurso público.

“A licitação de material não se encontra no Portal da Transparência, ninguém não sabe quanto a gestão gastou. Essa Câmara aqui ela tem que descruzar os braços e dar uma resposta à sociedade. São várias fotos de bolsa, colher que estão danificados, farda com a manga retirada, bolsas que nem bem chegaram na casa e a alça não existia mais. Como é que se joga dinheiro fora dessa maneira e nós [Câmara] vamos ficar calados?”, questionou Erneisson.

Proposta de CPI

Durante pronunciamento regimental, o vereador Nael Vasconcelos (Podemos) sugeriu que a Câmara aprecie e aprove a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o valor do recurso público destinado à confecção dos materiais dos kits, as empresas contratadas e as condições do contrato firmado entre o ente público e os prestadores de serviço.

A expectativa é que Nael apresente a proposta da criação da CPI para ser votada na próxima sessão ordinária, que deve acontecer na segunda-feira (4).

Entre os encaminhamentos em relação aos problemas com os kits distribuídos, foi aprovado o requerimento para que a Secretaria de Educação e a Comissão Permanente de Licitações da prefeitura repassem informações dos valores, condições do contrato de prestação de serviço e a modalidade do certame público que definiu as empresas que confeccionaram os materiais.

Procurada, a Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Óbidos não encaminhou o posicionamento do governo acerca das condições da licitação, valores, nem sobre as denúncias dos pais de alunos.



Por:
Redação Amazoon Notícia

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