Denúncia é de que Raimundo Brito (PP) usa as redes sociais para fazer acusações sem provas e xingar os outros parlamentares.
O plenário da Câmara de Vereadores de Curuá, no oeste do Pará, aprovou durante sessão ordinária desta quarta-feira (23), a criação de uma comissão processante para apurar suposta quebra de decoro parlamentar do vereador Raimundo Brito (PP).
Este é o primeiro processo de cassação contra um vereador em 26 anos de vida democrática do município.
A denúncia e pedido de cassação foram formuladas pelo Secretário Municipal de Educação, Marinaldo Siqueira, que foi acusado pelo vereador Raimundo de ter roubado junto com o prefeito Givanildo Picanço, “Gica” (Podemos), o dinheiro do rateio do Fundeb. Valor esse que já foi repassado aos professores.
De acordo com o vereador Diego Araújo (PSDB), que é também o segundo secretário da Câmara, Raimundo é da oposição do prefeito e por vezes quer dar ordens aos demais parlamentares, que são da base.
“Cada um tem um modo de trabalho, cada um trabalha de uma forma, cada um tem uma função. Ele [Raimundo] sobe na tribuna não só para falar do prefeito, mas também dos nossos trabalhos. Já fomos acusados de ser ‘vereadorzinhos que não fazem nada’, só ele que faz. Isso tá acontecendo por ataques, não só na tribuna, mas também nas redes sociais”, relata Diego.
Os fatores que vão embasar a denúncia contra o vereador, além do pedido de cassação protocolado pelo secretário de educação, são acusações inverídicas publicadas por ele nas redes sociais pessoais, onde Raimundo acusa o prefeito de cometer roubos e os parlamentares de serem coniventes.
“Todos os vereadores são bloqueados no Facebook dele para não vermos o que ele fala nem o que faz. Então as pessoas batem print e mandam pra gente, nós temos tudo isso catalogado”, conta o segundo secretário.
Votaram a favor da abertura da comissão processante, os vereadores Professor Anilton Pereira (MBD), Cica da Colônia (PSD), Caludomiro Rodrigues (Podemos), Jeter Adrian Silva (PSD), Josi do Óleo (Republicanos), Vaner Cardoso (PL) e Diêgo Araújo (PSDB). O vereador Naftali Lima (Podemos) esteve ausente na sessão.
Ao Amazoon Notícia, o vereador Raimundo Brito se justificou dizendo que o secretário e o prefeito estão tentando “calar sua boca”. Segundo ele, em um documento, tanto o secretário quanto o prefeito afirmaram que não pagariam o recurso aos professores porque teriam pago o INSS e a Caixa Econômica.
“Houve sim um desvio desse dinheiro, na fala do prefeito com o secretário, em live. Eu considerei desvio de recursos. Por conta disso fomos para o Ministério Público e às redes sociais mostrar para o povo que esse dinheiro estava sendo, de acordo com a fala do prefeito, desviado. Provamos que eles estavam errados, e logo em seguida, eles devolveram o dinheiro aos professores de Curuá”, disse o vereador Raimundo.
![]() |
Raimundo Brito se diz perseguido pela Câmara e pela prefeitura de Curuá (foto: Amazoon Notícia) |
Brito disse ainda ser vítima do que chama de “ato impróprio da Câmara” junto com a administração do poder executivo. “Sou base do povo nesta Casa. Trabalho contra o nepotismo em Curuá, ato prosseguido nesta Casa tanto nos cargos de vereadores quanto no poder executivo, há inúmeras indicações”, se defende o parlamentar.
Quanto aos adjetivos ofensivos e inapropriados publicados nas redes sociais do vereador, ele disse que na tribuna não pode usar certos vocabulários, mas que na vida particular talvez tenha cometido o equívoco de dizer “que o prefeito veio do inferno”, como ato de indignação por presenciar erros como a retirada de ambulanchas das comunidades.
Após a votação realizada nesta quarta-feira, deve haver uma reunião entre o jurídico da Casa Legislativa e a comissão eleita, vereadores Jeter Adrian (PSD) como presidente, Vaner Cardoso (PL) como relator e Cica da Colônia (PSD) como membro, quando serão decididos os próximos passos do processo que deve ser concluído em até 90 dias.
Por:
Redação Amazoon Notícia
Nenhum comentário:
Postar um comentário