Servidores da área da saúde de Alenquer (PA) deflagraram greve por tempo indeterminado (foto: reprodução/ internet) |
Profissionais reivindicam pagamentos de salários, condições de trabalho e o PCCR
Servidores públicos que atuam na rede municipal de saúde de Alenquer, no oeste do Pará, decidiram que a partir de quarta-feira (9), a classe permanecerá em estado de greve por tempo indeterminado.
A classe já estava em “estado de greve” desde o dia 18 de janeiro, mas mantendo parte dos atendimentos.
Com faixas e cartazes, os servidores se concentraram no Sindicato dos Trabalhadores em Saúde no Estado do Pará (SindSaúde) e depois saíram em manifestação até a sede da Secretária de Saúde, para reivindicar o pagamento dos salários até o quinto dia útil, melhorias nas condições de trabalho e o cumprimento do Plano de Cargos, Carreiras e Remunerações (PCCR).
Segundo o Agente Comunitário de Saúde e diretor de Comunicação e Trabalho do SindSaúde Subseção Alenquer, Vando Ribeiro, o PCRR deveria ser cumprido a partir de janeiro deste ano, mas até o momento a prefeitura não deu nenhum parecer a respeito.
“O cumprimento do PCCR que foi aprovado em 2020 era pra ser efetivado a partir de 2022. A gestão anterior alegou que não poderia aprovar durante aquele período para poder ser efetivado a partir do próximo ano, porque naquela época era ano eleitoral. Então nós tivemos que acatar, e agora estamos aguardando, na expectativa para que a gente não perca tempo, pois o PCCR estabelece o pagamento no quinto dia útil”, disse.
De acordo com os profissionais falta material para executar os serviços e a estrutura nos setores dificulta o atendimento à população.
“Falta material para os profissionais de saúde trabalharem, faltam equipamentos de proteção individual (EPI's), é bastante complicado. Apesar dos pesares, o que a gente alega são as condições, a grande prova é que agora nos três últimos dias vários profissionais positivaram para Covid-19. Dos cerca de 40 servidores, 30 estão acometidos pela doença. Além do que, tem setor que tem apenas uma pessoa trabalhando porque os outros servidores estão positivados. Como é que o profissional vai cuidar, vai tratar do cidadão, da cidadã, das pessoas que nesse período necessitam do Sistema Único de Saúde (SUS) enquanto o próprio profissional está doente? Nós da área da saúde também somos pais, somos mães, nós temos famílias, nós temos nossos compromissos pra honrar, temos nossas dívidas no comércio, na farmácia, dividas no açougue, escolas, então essas são nossas reivindicações”, enfatizou Vando.
Os manifestantes alegam ainda, que falta o básico para atender os pacientes, e há ainda a indisponibilidade de insumos e de materiais de proteção, até máscaras cirúrgicas os profissionais alegam estar comprando para manter os atendimentos.
Entre as alegações, está ainda a falta de medicamentos nas unidades de saúde, que fazem parte da farmácia básica.
Os grevistas já entraram com uma ação no Ministério Público do Estado para que o órgão interceda por um diálogo com a prefeitura de Alenquer.
Prefeitura de Alenquer
Por meio de nota, a Prefeitura Municipal de Alenquer afirmou que o sindicato não encaminhou à Secretaria de Saúde, cópia das atas das mesas de negociações entre a gestão da secretaria de saúde que tenham como pauta a implantação do PCCR, condições e melhoria dos trabalhos dos servidores e salários atrasados, e nem mesmo cópia da ata que deliberou a paralisação ou ofício de convocação da assembleia que deliberou quanto à greve deflagrada no dia 09 de fevereiro de 2022, documentos necessários para a legalidade da propositura de toda e qualquer greve realizada por categorias deste tipo.
A nota diz ainda que 80% dos servidores estão trabalhando normalmente, e que os poucos que aderiram à greve, se trata de um pequeno grupo político partidário, que vêm usando o sindicato em seus interesses próprios.
Com isso, resta claro que a greve é ilegal. E todas as medidas jurídicas estão sendo tomadas.
Por:
Redação Amazoon Notícia
Com informações do Jornal O Impacto
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