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Foto- Natashia Santana/Geovane Brito |
Eliane Gomes, de 22 anos, estava grávida de 34 semanas quando uma das bolsas rompeu e o cordão umbilical saiu pelo colo uterino, colocando em risco os bebês.
Primeiro o susto do rompimento de um das bolsas, seguido de uma cesárea de emergência, e depois o alívio de poder ter nos braços os filhos. Assim foi marcado o nascimento de trigêmeos em Santarém, no oeste do Pará. A trajetória do trio iniciou com a descoberta da gravidez trigemelar no sexto mês de gestação e ganhou um desfecho surpreendente.
As crianças nasceram na tarde de terça-feira (12) no Hospital Municipal Dr. Alberto Tolentino Sotelo (HMS). Uma das bolsas havia rompido e o cordão umbilical, necessário para oxigenação do feto, saiu pelo canal uterino, colocando em risco a vida dos bebês.
A chegada dos pequenos mobilizou uma equipe multiprofissional para que o parto oferecesse segurança à mãe e aos bebês.
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Um dos trigêmeos saiu da UTI neonatal e já está no leito com a mãe — Foto: Geovane Brito/G1 |
Dos sustos ao parto
Apesar de já ter casos de gêmeos na família, Eliane Gomes, de 22 anos, moradora da cidade de Óbidos, no oeste paraense, ficou sabendo que esperava trigêmeos no sexto mês de gestação. Depois do susto no exame de imagem, a jovem ficou ciente da gravidez de alto risco e procurou assistência médica.
Depois de sete anos do nascimento da primeira filha, engravidar de trigêmeos foi uma surpresa, passam muitas coisas na cabeça, eu fiquei assustada. Foi uma gestação complicada e me encaminharam para Santarém
A entrada da jovem no HMS ocorreu no sábado (9). A paciente apresentava perda de líquido, dor pélvica e início de parto prematuro, com 34 semanas. Internada, no terceiro dia o segundo susto ocorreu quando Eliane foi ao banheiro do hospital: a bolsa rompeu e o cordão umbilical de um dos bebês saiu.
Como todo segundo era primordial, levada ao centro cirúrgico com urgência, Eliane passou por uma cesariana. Os bebês nasceram saudáveis com 2.050 kg, 2.370 kg e 2.260 kg.
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Um menino e uma menina ainda estão na encubadora no HMS — Foto: Natashia Santana/Ascom HMS/Divulgação |
Uma surpresa aconteceu após o parto. Os exames de imagem apontaram três meninos, mas no nascimento chegaram ao mundo dois meninos e uma menina. Com a correria, a mãe ainda não pensou nos nomes dos bebês.
Procedimentos hospitalares e prolapso de cordão
Na entrada no HMS foi constatado o início do parto prematuro. Para proteger mãe e bebês, foi aplicada medicação para inibir o parto e também para ajudar a amadurecer os pulmões dos trigêmeos.
Com o rompimento de uma das bolsas e o prolapso de cordão (saída pelo canal uterino), foi necessário o procedimento cirúrgico. De acordo com o ginecologista obstétrico Jean Guimarães, cada segundo contava para salvar os bebês durante a urgência obstétrica.
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Médico Jean Guimarães, Eliane Gomes e um dos trigêmeos no HMS — Foto: Geovane Brito/G1 |
“O cordão está ligado à placenta, que é o órgão que mantém o bebê nutrido e oxigenado. Então, quando o cordão sai, geralmente ele é comprimido pelo próprio bebê que fica sem oxigênio, podendo evoluir a óbito. O bebê pode ficar com cordão comprimido em média quatro minutos antes de iniciar as complicações. É questão de minutos”, explicou.
O médico agradeceu o envolvimento da equipe multiprofissional. O caso, por ser de alta complexidade, era para ser atendido no Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA), mas os profissionais não mediram esforços para salvar mãe e filhos no HMS.
"Graças a Deus a paciente estava no ambiente hospitalar que tinha suporte para resolver os problemas. Mãe e filhos estão bem e recebendo o acompanhamento", disse, Jean Guimarães, médico ginecologista obstétrico
Ajuda aos trigêmeos
Por serem três bebês e eles necessitarem de cuidados especiais, a família, que tem origem humilde, está recebendo doações no HMS e em Óbidos. De acordo com a avó dos trigêmeos, Cleunice Lopes, inicialmente eles precisam de fraldas descartáveis, mas toda ajuda é bem-vinda.
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A avó Cleunice Lopes com um dos netos no Hospital Municipal de Santarém — Foto: Geovane Brito/G1 |
Em Santarém, as doações podem ser deixadas na recepção do hospital ou os doadores podem entrar em contato com a família pelo número: (93) 99205 1392. Já em Óbidos, as doações podem ser deixadas no endereço: Travessa José do Patrocínio, Número 52, bairro de Fátima.
Após receber alta médica, a família ainda ficará na casa de familiares em Santarém antes de seguir para Óbidos. “Um bebê já dá trabalho, agora imagine três de uma vez. Vou contar com a ajuda da minha mãe, das minhas irmãs, todo mundo junto”, completou Eliane, entre sorrisos.
G1/ Santarém
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