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ANIVERSÁRIO DAS CIDADES
Operação identifica venda de 1.700 carteiras de habilitação no oeste do Pará; documentos serão cancelados

Operação identifica venda de 1.700 carteiras de habilitação no oeste do Pará; documentos serão cancelados

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Delegados envolvidos na operação "Bincagem fantasma" que investiga irregularidades na Ciretran de Santarém (Foto: Marilha Maia/G1)

Investigações apontaram que muitos candidatos sequer compareciam para fazer os exames obrigatórios e mesmo assim, recebiam a CNH. 

Investigação da Polícia Civil do Pará identificou a venda de 1.700 carteiras de habilitação pela 1ª Ciretran (Circunscrição Regional de Trânsito) de Santarém, no oeste do Pará. Os servidores e ex-servidores do Detran envolvidos no esquema recebiam de R$ 250 a R$ 1 mil por cada CNH vendida. A informação foi confirmada na manhã desta quarta-feira (20) pelos delegados envolvidos na operação "Bincagem fantasma", durante coletiva de imprensa. 

Segundo a polícia, todas as carteiras emitidas de forma ilegal serão canceladas pelo Departamento Estadual de Trânsito do Pará (Detran-PA). 

De acordo com o delegado do Núcleo de Inteligência da Polícia Civil, Fernando Rocha, desde que as investigações iniciaram, houve o afastamento de alguns servidores como medida punitiva pelo próprio Detran, como também a mudança de servidores de setor. E quando a polícia conseguiu juntar provas materiais (robustas) dos crimes cometidos por servidores, ex-servidores e empresários, foi deflagrada a operação "Bincagem fantasma", deflagrada na manhã desta quarta-feira (20) em Santarém e Itaituba. 

A partir das denúncias, a polícia começou a cruzar informações e descobriu como funcionava o esquema de venda de carteiras e as apreensões irregulares. “Os dados eram inseridos no sistema do Detran sem que as pessoas sequer comparecessem para fazer as provas, e eram aprovadas para receber a CNH. Outra irregularidade é a apreensão de veículos e pior ainda, esses veículos eram vendidos a terceiros sem que o dono soubesse”, contou o delegado Fernando Rocha. 

Ainda segundo o delegado, a investigação detectou que havia também facilidade para retirada de veículos do pátio de retenção com dispensa de multas e diárias absurdas, mediante pagamento de propina. 

As investigações começaram a partir de 2015, período em que assumiu a direção da 1ª Ciretran, Claudiomar Oliveira (Mazinho). 

Segundo o coordenador de operações do Detran, Walmero Costa, o órgão não foi omissivo e quando soube das irregulares adotaram os procedimentos que lhe cabia. Sobre o contrato com a empresa de leilões de veículos, Walmero Costa disse que "se trata de uma relação contratural com a empresa, a partir do momento que o Detran ficou sabendo da 'robustei' de provas, se houver comprovação das fraudes, o Detran vai se posicionar e tomar as medidas convenientes", disse. 

Também foi perguntado ao coordenador de operações sobre o cancelamento das CNH, adquiridos de forma fraudulenta. "Semelhante ao que foi feito em outras operações em que o Detran cancelou mais de 30 mil carteiras de habilitação, agora não será diferente. A participação da sociedade é fundamental, se ela conhece as regras para aquisição do documento, devem cumpri-las, para que atos como esses não voltem a se repetir", salientou. 

"Bincagem fantasma" 

A operação "Bincagem fantasma" foi deflagrada nesta quarta-feira (20), em Santarém e Itaituba, no oeste do Pará, faz parte de investigação que objetiva apurar e combater um esquema criminoso do qual são acusados de envolvimento servidores lotados na 1ª Ciretran e pessoas ligadas a sociedades empresariais, profissionais autônomos e usuários dos serviços da repartição pública. 

No total, foram expedidos pela Justiça para cumprimento pela Polícia Civil na operação, 35 mandados judiciais, sendo 18 mandados de busca e apreensão, e 17 mandados de prisão preventiva. 

Até o momento 11 pessoas foram presas. Dentre os presos, está um ex-diretor da Ciretran de Santarém, o atual gerente do pátio da empresa de leilões de veículos apreendidos, servidores e ex-servidores do órgão, despachantes e um dono de autoescola. São cerca de 60 policiais civis de diversas regiões do Estado mobilizados na operação. Todo trabalho contou com apoio do Poder Judiciário e do Ministério Público de Santarém e Itaituba. 

Relação dos presos 

Claudiomar Oliveira Furtado (ex-diretor da Ciretran) 

Benedito Silva Lima (VIP Leilões) 

Miguel Ângelo P. Costa 

Rosivaldo F. Santos 

Marcio Roberto S. Pimentel 

Ivanildo Paulo Fonseca 

José Luís Bentes da Costa 

Valdeci Reis Lemos 

Rosália Henriques Vieira 

Jonathan Sá Oliveira 

Fabrício Santos (ex-proprietário de autoescola)

G1/ Santarém

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